Ensaio fotográfico foi realizado como Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo
Uma das fotos do catálogo.
Foto: Priscila Urpia
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Apresentado no
formato ensaio fotográfico documental, o Projeto Experimental As Ovelhas é um retrato das mulheres
que cumprem pena na Colônia Penal Feminina do Recife - CPFR,
conhecida como Colônia Penal Feminina Bom Pastor. Realizado no segundo semestre
de 2014 e da autoria da jornalista Priscila Urpia, recém-formada pela Faculdade
Joaquim Nabuco, o Trabalho de Conclusão de Curso (que concorre ao Prêmio
Cristina Tavares de Jornalismo na categoria Estudante de Jornalismo – Foto)
mostra a realidade da mulher carcerária, mulheres em processo de triagem,
aguardando sentenças judiciárias no regime fechado e algumas já sentenciadas. A
CPFR abriga quase mil mulheres, três vezes mais que a sua capacidade,
que é de 270 detentas.
Sob o olhar de
Priscila Urpia, o ensaio fotográfico faz uma releitura da figura feminina
prisional do Recife e do Brasil. A jornalista investigou que muitas mulheres
cometem crimes por questões de necessidade, para manter a prole, outras para
pagamentos de dívidas, ou para manter o vício nas drogas e ajudarem seus
companheiros. Ao serem presas, precisam aprender a lidar com o preconceito e, muitas
vezes, a rejeição dos próprios companheiros e parentes. Em entrevista à equipe
de Comunicação do Instituto PAPAI, Priscila destacou o que mais a marcou
durante a execução do projeto e as expectativas em relação ao ensaio
fotográfico.
A jornalista Priscila Urpia
Foto: acervo pessoal
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Instituto PAPAI - Quais foram os seus objetivos específicos durante
a realização do Projeto?
Priscila Urpia - Em linhas gerais, retratar a
realidade atual da mulher carcerária no Recife, humanizar a figura feminina
quanto à prisão penal; diminuir o preconceito à mulher criminosa; alertar sobre
a problematização social do sistema prisional feminino do Recife e do Brasil; dialogar
sobre as consequências de crimes oriundos das mulheres da CPFR na sociedade; detalhar
o universo feminino dentro da CPFR, suas limitações enquanto cumpridora penal.
I.P - O que mais lhe
chamou a atenção durante a realização do trabalho?
P.U. - Foi a
descoberta de um perfil diferente das mulheres que aguardam a sentença
judicial. A desmitificação do estigma de reeducandas pertencentes à Colônia
Penal Feminina do Bom Pastor. Outro ponto que me chamou a atenção foi a
resiliência em todos os aspectos humanos dessas mulheres. A
prisão é um ambiente marcado pelo medo, descaso, hostilidade e violência, além
do estigma do crime. Por se tratar de um estigma, pela culpa de caráter
individual, o tratamento em relação às reeeducantas deve ser no sentido de
fazer sugir ou ressurgir a figura humana sem estereótipos, respeitando a
subjetividade e individualidade de cada uma.
I.P - Há alguns projetos
experimentais que começam a fazer parte de um portfólio profissional. Essa é
sua intenção também? Como acha que esse trabalho contribui para a sua
trajetória profissional como jornalista e mulher?
P.U. - Sim, com
certeza faz parte do meu portfólio. Este projeto é o início de outros projetos
que pretendo realizar também explorando o universo feminino utilizando a
fotografia. Este trabalho descortina um universo feminino ainda desconhecido
pela sociedade. O ensaio fotográfico As
Ovelhas dialoga com o jornalismo humanizado e contribui no que diz respeito
a reportar e descrever informações através de imagens, além de fazer valer um
dos pontos principais e importantes do jornalismo: o compromisso social. O
ensaio é constituído de fragmentos que contam histórias, anseios, mensagens
subliminares e desmitifica o estereótipo da mulher no cárcere nos dias
atuais.
Confira outras imagens do ensaio As Ovelhas
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